domingo, 29 de agosto de 2010

Interlúdio

Versos de Miguel das Sete Estrelas (violeiro do Circo...)


Estradeiro, divino cavalo no caramanchão

Deixou velha vida de trovas e doce cantar

Cansou da viola afinada de alegre canção

E pôs-se à beira da estrada, horizonte ganhar.

Cansado da lua, da noite, do mundo e da morte,

Saiu a galope buscar apenas solidão

Pois como na vida quem sabe é só Deus ou a sorte

Se viu necessário nas trilhas fazer o bordão...

Mas a verdade é que a donzela que o esperava

trocou a sua viola e o seu coração

não queria do amor ser mais uma escrava

e não sabia que não há mais bela escravidão...

Foi quando o estradeiro divino descobriu a sina

Que as asas de arcanjo em serpente viriam contar

E aquela donzela sonhosa com olhar de menina

Faria na vida e no mundo não ter mais o que olhar

E assim feito um pássaro, um anjo, desistiu das asas

E como o Assum-Preto da história de triste cantar

Não mais a donzela tão linda veria em sua vida...

Pois nada mais como ferida de amor enxergar...

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