Tudo quanto fosse verdade. Tudo quanto fosse clareza. Tudo quanto fosse aquela luz que brilharia ali, mais do que todas as outras, em meio a uma multidão perdida, e perseguida pela própria sombra, esquecida, de dias atrás...
A dor que lhe causava tamanho martírio não poderia ser outra. A menina dançava sozinha por um momento, com os lábios voltados ao vento, negligenciando pensamentos e relembrando cada cenário como se fosse um flash, um filme partido que se repete no mesmo ponto.
A cena do acaso.
Deu meia volta e pôs-se novamente além das montanhas! Assim foi mais uma vez o Sol, vibrante, trazendo a imensidão da quietude. A noite. E nesta noite viajava cada vez mais como um prisioneiro de sua própria lembrança, de seu próprio acaso. E sua própria verdade.
Assim descobriu a mais dura de todas as dores, o mais escuro de todos os quartos, perdidos em sua mente tão cansada e bêbada de um sono que jamais gostaria de acordar. O sono que trouxe aquele sonho de que tudo era tão perfeito e errado, tão completo, tão belo, tão amável... E verdadeiro.
No outro dia pediu perdão a si mesmo pela mentira, e jurou jamais tornar a repeti-la.
E assim fazia todas as noites, como num ritual de auto mudança, mas que nunca mudava de fato o que lhe vinha por dentro como sendo sempre essa dor tão... Necessária.
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