
E então, depois de caminharem por todo aquele campo, vasto e lânguido, decidiram parar, sentar e contemplar o céu. Era a primeira vez que sentiam aquela necessidade de permanecer em silêncio, e olhar para o infinito, e de simplesmente estar ao lado um do outro, sentindo a presença sem interagir de fato. Mas interação havia...
De longe percebia-se ali, nos campos aos arredores do Circo Imaginário, que havia uma ligação, um elo, uma semelhança, talvez. Era dolorosamente inexplicável. O que aliviava era a presença um do outro...
O sol corria depressa. Como num escrito que tantas vezes repetidamente lera durante a noite, falando de todas as histórias de amor sobre a noite e o dia. E ali estavam... No sonho. Há tempos juntos, há tempos caminhando, sentados e contemplando a luz se esvaindo pelo horizonte. O frio e o negro cobrindo o mundo como um manto, mas eles não estavam muito lá interessados com aquelas sensações de temperatura (ou temperamento)!
Era estranho ficar só.
A lua já estava em seu posto; outrora inverno no País do Por do Sol, ou noite no Circo Imaginário... O lugar, realmente, tanto fazia... Tanto fazia também em que tempo estavam... Mais importante que tudo isso era que, entre o amanhecer e a alvorada, entre o pôr do sol e o surgimento da lua... Ali estavam.. Eternos amantes, eternos e amantes.
(Alguém, no fundo, como noutra vez, ria baixinho...)
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